F1 e a TV
O DOMINGÃO NA TELEVISÃO
Quando a imagem não é tudo
Hoje, antes do início das transmissões da 17.ª etapa da F1, seguimos analisando aquilo que a FOM, Liberty, e principalmente, as emissoras de TV, nos oferecem como espetáculo nos domingos de GP na televisão.
por: Paulo Torino
São inúmeras as reportagens que relatam o quanto a Fórmula 1 tem procurado inovar nas suas transmissões nos últimos anos. Segundo Dean Locke, o diretor de Broadcast e Media da F1 — ’tudo está focado na utilização e funcionamento das câmeras nas transmissões’.
O executivo que acompanha a categoria há mais de 25 anos, tendo iniciado com Bernie Ecclestone, explica que o sistema “ é muito inteligente, e podemos gerenciar todas as câmeras remotamente, seja no pitlane ou onboards e apenas algumas, são operadas manualmente no sistema ao vivo. ” Locke diz que a F1 quer que a transmissão ao vivo pareça tão empolgante quanto a experiência iniciada na série Netflix - Drive to Survive. – “ Há cada vez mais gráficos, câmeras nos carros, capacetes, helicópteros, pequenas câmeras no cockpit e Drones, ´algo que ainda não está suficientemente rápido’, mas que a tecnologia ’ chegará lá muito rapidamente´, garante. Tudo isso está coordenado com os comentaristas e apresentadores das TVs geradoras, nos diversos países onde a F1 é assistida. Hoje, ’podemos, por exemplo sugerir que determinado piloto deva fazer uma parada extra para os pneus ou apostar em um composto médio, ou duro em sua parada final’ e assim, ’vamos informando os comentaristas’, dando-lhes, ’alguns segundos para transmitirem isso aos seus telespectadores ’. “ Então, no final da corrida, podemos responder à pergunta: — se o piloto tivesse parado, teria ganho quatro posições, por exemplo. ”
Assim, resumidamente, se constrói uma transmissão de TV para a F1. No entanto, Dean Locke não parece nem um pouco preocupado com um problema que interfere diretamente na recepção do espetáculo, onde está o fã telespectador: — Quem são os apresentadores, jornalistas e convidados que atuam como protagonistas nas transmissões, e de que forma estas informações são emitidas na TV?
Como em todo espetáculo, são estes profissionais que estão diante das câmeras e nos bastidores que fazem o show acontecer. Assim, o papel do narrador, comentarista e principalmente, do repórter (criativo e inventivo), são fundamentais nos eventos ao vivo, em qualquer esporte. De nada adiantará a tecnologia, se os responsáveis pelas transmissões não respondem às perguntas básicas de uma cobertura esportiva/jornalística. Quem, o quê, onde, como, quando e por quê.
Portanto, cabe a emissora geradora o complemento do conteúdo recebido. São eles que entregam o produto final aos telespectadores e que devem avaliar e investir na qualidade de seus recursos humanos.
Simplesmente repetir imagens geradas, seguirá sendo apenas, uma informação visual, e isso, não é tudo.
Para concluir, deixamos AQUI a entrevista e a história de vida de GUTO NEJAIM, o ex locutor da STORT TV brasileira, que se tornou um sucesso em Portugal, justamente por sua competência e profissionalismo, narrando no MOTO GP e outros esportes.
12 setembro 2024
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