Visibilidade imperfeita

Lewis Hamilton foi entrevistado pela CBS. O pai pela BBC. E milhares de outras personalidades, esportistas, jornalistas, professores, cientistas, políticos, médicos... fizeram o mesmo nos últimos meses.
Desde o início da pandemia, live´s e podcast se multiplicam em todas as mídias e redes sociais, o que é excelente, pois nos aproximamos de quem gostamos, ouvimos histórias e seguimos nossas vidas em sociedade. A tecnologia se aprimorou, podemos estar em todos os lugares a qualquer hora, mas não de qualquer jeito.

Esse ‘qualquer jeito’ é que é incompreensível e tem feito muito mal ao jornalismo e as redes sociais. Hoje, em qualquer telejornal, assistimos live´s realizadas na maioria das vezes de forma ‘caseira’ de qualquer lugar, com qualquer cenário. O resultado destas entrevistas é geralmente desastroso. Sem nenhuma preocupação estética, com a imagem, luz e som deficientes, o que deveria ser importante se torna irrelevante. O que deveria ser para todos é para ninguém.

Como afirmou o professor e pesquisador Ricardo Morais, durante uma live no encontro anual do grupo de trabalho de jornalismo da Sociedade Portuguesa de Comunicação, dia (18), ... ‘trabalhar com tecnologia ou conhecer tecnologia, não é sinônimo de trabalhar bem com a tecnologia. Muitos jornalistas são quase alunos ao falar e o resultado do que vemos é de uma falta de qualidade, que não vende”.
Ao contrário do que se espera nestas live's, vemos uma falta de naturalidade completa. As pessoas criam mais um personagem midiatizado, distante da sua real personalidade.
de Portugal: Paulo Torino