F1
- corridaonline
- 10 de abr.
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Quando a chefia impõe suas ordens, contra a vontade dos subordinados, todos ficam insatisfeitos. Não há ambiente pior do que a instabilidade moral e emocional no trabalho e quando isso acontece ´a casa cai ’, não importa onde.
ORDEM DE SILÊNCIO
por: Paulo Torino
O assunto que está nas manchetes desta quinta-feira (10), não é novo e teve início quando o presidente do MotorsportUK, David Richards, escreveu, no início da semana, uma carta aberta apontando "uma mudança na bússola moral" do presidente da FIA, órgão regulador mundial.
Segundo o que está divulgado nos sites da BBC, MotorSport Magazine e The Race, a discordância teve origem depois que Richards foi impedido de comparecer a uma reunião do conselho mundial da FIA por se recusar a assinar um acordo de confidencialidade exigido aos membros, fato que motivou o ex-dirigente da Benetton e BAR a externar em carta aberta suas inconformidades.
A carta de Richards de 72 anos, faz referência ao número de controvérsias que envolveram Ben Sulayem desde que ele foi eleito em dezembro de 2021.
Isso incluiu suas opiniões sobre as mulheres, sua abordagem à F1, mudanças nos estatutos que reduzem a responsabilidade, a demissão de várias figuras importantes e mudanças nas regras relacionadas ao comportamento público dos pilotos de F1.
Richards disse que houve uma "falha clara" de Ben Sulayem em cumprir as promessas que fez quando concorreu às eleições. A "gota d'água" que o levou a escrever sua carta foi "ser solicitado a assinar um novo acordo de confidencialidade que eu considerei uma 'ordem de silêncio", escreve a BBC.

Hoje, (10) foi a vez do Vice-presidente da FIA pedir demissão por "ruptura fundamental nos padrões de governança do órgão regulador global do automobilismo" e acrescentou: "Quando assumi esse papel, era para servir aos membros da FIA, não para servir ao poder ", afirmou Robert Reid, o copiloto do campeonato mundial de rali de 2001 que esteve ao lado de Ben Sulayem na bem-sucedida campanha eleitoral de 2021.
“As decisões estão sendo tomadas a portas fechadas, ignorando as próprias estruturas e pessoas que a FIA existe para representar.
“Minha renúncia não é uma questão de personalidades; é uma questão de princípios.
"O automobilismo merece uma liderança responsável, transparente e orientada pelos membros. Não posso mais, de boa-fé, continuar fazendo parte de um sistema que não reflete esses valores.", disse Reid.
O desconforto sobre o que estava acontecendo também aumentou recentemente depois que alguns membros, incluindo Reid, foram impedidos de participar de uma reunião recente por não terem assinado um novo acordo de confidencialidade.
Segundo o site The Race ’a gota d'água para Reid foi a recente decisão de Ben Sulayem de assumir o controle da promoção do Campeonato Mundial de Rallycross — algo que sua declaração diz ter sido "uma ação tomada sem a aprovação do Senado ou do Conselho Mundial, que poderia acarretar riscos legais segundo a lei de concorrência da União Europeia". Reid chamou isso de "a quebra final de confiança e do devido processo legal".
“Este não é o fim do meu serviço ao automobilismo”, acrescentou. “Continuarei a defender reformas, transparência e uma governança que respeite os membros da FIA e a integridade do nosso esporte.”
Já David Richards, ameaça tomar medidas legais sobre o que ele considera uma "ordem de silêncio".
10 abril 2025
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