Ao saber da morte de Amadeo Rodrigues no domingo, dia 1º novembro, lembrei-me daquele terrível acidente de 1989 em Tarumã. Eu estava na curva do Tala e assisti tudo. O Sanco contou essa história em seu Blog, que reproduzo:
1° novembro 2020
por: Paulo Torino
Tempo quente na Copa Shell
O Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos de 1989, denominado Copa Shell, trazia novidades. A disputa em duas baterias de 45 minutos deixava a prova mais interessante para o público, pois ao contrário das provas longas, os pilotos tiveram de deixar a cautela um pouco de lado para partir para cima e ganhar posições o mais rápido possível.
A primeira etapa, disputada em Interlagos teve a vitória do Passat #6 de Paulo Gomes e Fabio Sotto Mayor e Tarumã seria o palco da segunda etapa. A Copa Shell movimentou Porto Alegre e arredores, levando um enorme público ao autódromo. Eu estava lá, posicionado na reta dos boxes, de onde se via uma parte da descida do Tala Larga.
Os gaúchos eram poucos no grid. A Rinaldi Racing alinhava um Voyage, com os pilotos Fábio Bertolucci e Amadeo Moeller. Outro Voyage era pilotado por Álvaro Torres Jr. e José Francisco Soares Bammann. Por fim, Aroldo Bauermann corria com um Uno ao lado do paulista Artur Bragantini.
24 carros estavam alinhados para aquela prova. O Passat #72 dos cariocas Andreas Mattheis e Ricardo Cosac foi o pole com o tempo de 1min17s064. Ao seu lado o Escort #47 de Ingo Hoffmann e Fábio Greco. Na segunda fila estavam o Passat #25 de Luiz Otávio Paternostro e Alexandre Negrão e o Voyage #2 de Amadeu Rodrigues e Paulo Quinan. Bertolucci largava da oitava posição com o tempo de 1min17s602.
O que se viu logo após a largada é a resposta do último Desafio, que a turma matou rápido. Cosac manteve a ponta, com Negrão e Amadeu logo atrás. Esses dois últimos fizeram a trajetória entre as curvas 1 e 2, lado a lado, com os carros se batendo. Ao saírem da 2, os carros se enroscaram e foram em linha reta, batendo no guard-rail posicionado pelo lado de fora da curva 3. Negrão bateu de frente e seu carro girou sobre seu próprio eixo. Amadeu bateu tão forte que seu carro passou por sobre o guard-rail caindo do outro lado da pista, na descida do Tala Larga. O Voyage #2 imediatamente pegou fogo, sendo completamente tomado pelas chamas. Amadeu conseguiu sair do carro pelo lado oposto ao do piloto, mas teve seu corpo bastante queimado. Logo que conseguiu sair, caiu no chão desmaiado, já um pouco afastado das chamas. Enquanto isso, da reta dos boxes, eu via aquela bola de fogo, sem entender nada do que estava acontecendo. Só após ver o guincho do Touring chegar aos boxes é que aqueles que estavam na reta compreenderam a situação.
Do carro não sobrou nada, como é possível ver pelas imagens abaixo. Por sorte, mais sorte do que juízo, é verdade, Amadeu se recuperou e voltou a competir tempos depois. Sorte, pois naquela prova o piloto corria sem luvas e com o macacão ligeiramente aberto, o que agravou sua situação. Se estive utilizando adequadamente toda a sua vestimenta, talvez as consequências ao simpático piloto, fossem minimizadas. Ficou a lição para os demais pilotos que na etapa seguinte em Cascavel estavam adequadamente trajados, em prol da segurança de todos.
Texto: BLOG DO SANCO
Fonte das imagens: revista Grid, revista Auto Esporte e jornal Zero Hora.
Amadeu Rodrigues Alves da Silva, 65 anos, dirigia a van que bateu em um caminhão. O ex-piloto chefiava a equipe Hot Car, da Stock Car. Amadeu e a equipe voltavam em direção a São Paulo da 4ª etapa da Endurance Brasil, realizada em Goiânia no dia 31/10.
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